A arte da Palhaçaria é para qualquer um?
Texto de Indiamara Sutili - Palhaça Miúda
Diversas ações hospitalares vêm surgindo no Brasil nestes últimos anos, muitas
visam promover a humanização aos pacientes e também a equipe multiprofissional.
Entre estas ações surgiram os palhaços terapêuticos, artistas e até mesmo os
voluntários, que realizam esse trabalho em hospitais, clinicas e postos de
saúde.
Mas será mesmo fácil realizar este
trabalho? Estamos realmente preparados para fazer o outro rir, sem invadir o
espaço pessoal, suas ideologias e crenças?
Encontramos pessoas entrando no ambiente
da Palhaçaria sem preparo nenhum, acreditando que se coloca o nariz vermelho
hoje e no outro dia já estará no hospital, mas sabemos muito bem que o processo
de desenvolvimento do palhaço começa com preparo, cursos, aperfeiçoamento,
requer doação e uma aprendizagem contínua. Qual a importância do outro rir?
Estudos e técnicas são fundamentais para entender o que podemos ou não fazer
naquele momento. O improviso também é fundamental.
A arte da Palhaçaria é para qualquer um?
Qualquer pessoa se encaixa nesse trabalho? Analisando um pouco da história da
figura do palhaço percebemos que ele vem de baixo, da classe pobre, menos
favorecida, dos bêbados, desajustados e questionadores. Praticar esta arte sem
o total respeito e preparo para lidar com a religião, ideologia e crença das
pessoas, vai totalmente contra tudo o que estudamos e trabalhamos para estar
nesse lugar. O Palhaço não é igreja, não é uma única ideologia, o palhaço é
transformador, é questionador, é estudo, prática e pesquisa.
Foto Camila Miotto

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