PREPARE-SE PARA O QUE VEM LÁ!






O trabalho de palhaçaria no hospital é muito delicado, e para isso é importante que a equipe de palhaças se sinta preparada e segura, na medida do possível, para desenvolver sua atividade dentro desse espaço.

Para além do reconhecimento do espaço do hospital e das dinâmicas que fazem esse local funcionar, as palhaças precisam também ter firmeza em suas figuras, suas personalidades de palhaças, e terem recursos para utilizarem nas intervenções artísticas, como cenas, gags, repertório musical e especialmente, ter a escuta e a sensibilidade apurada para o jogo com o seu público e sua dupla.

            Presando pela qualidade do trabalho oferecido para o público dos hospitais, realizamos treinamentos da equipe de palhaças, preparando-as para as diferentes situações que elas podem encontrar no momento da realização das intervenções artísticas.

Além de trabalharmos técnicas da palhaçaria, buscamos sempre criar espaços para que as artistas possam desenvolver suas palhaças, suas personalidades, o jogo com a sua dupla, o jogo com os objetos que disponibilizam no momento da interação e a criação de um repertório musical para cada setor visitado.

Nesse ano tivemos alguns momentos de destaque nos treinamentos.

O primeiro foi o treinamento de LIBRAS aplicado ao trabalho das palhaças, com a intérprete Grecimara Alba. Além de entender um pouco da linguagem dos sinais, as palhaças puderam propor uma música que geralmente cantam no hospital e exercitaram a forma de comunicá-la em LIBRAS.

O segundo momento foi a apresentação das palhaças, onde elas puderam pensar em uma cena inédita, que apresentasse a sua figura, seus conflitos e seus anseios de forma cômica. Caracterizadas e preparadas para “um teste”, as palhaças puderam se apresentar, receber as orientações da diretora artística e refletir sobre o seu trabalho, para além das paredes dos hospitais.

O terceiro momento foi a encenação de cenas clássicas da palhaçaria circense. A partir de referências dramatúrgicas da palhaçaria clássica de circo, pudemos adaptar algumas cenas e encená-las com todas as palhaças mudando de personagens a cada apresentação. Desta forma, elas puderam perceber a importância de não se fixar numa imagem de si mesma, e ao experimentar diferentes personagens, diferentes posturas, as vezes “brancas”, as vezes “augustas”, elas puderam perceber a importância de seguir a estrutura dramatúrgica da cena, entender o potencial cômico de uma gag, e perceberam também como a sua individualidade aparece em cada uma das cenas, independente de se seguir ou não um roteiro.

Todo esse trabalho e muito mais, foi realizado durante o ano e preparou as artistas para os diferentes encontros com o público, para lidar com as inúmeras situações delicadas e engraçadas dentro do ambiente hospitalar.






Fotos de Michelle Silveira da Silva e Suzi Gobbi




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