O RISO E O PROTAGONISMO DO PACIENTE

 


Texto de Amanda Stumm - Palhaça Kirina

        

A cada novo plantão, entre uma maquiada e outra, uma conversa e outra, as doutoras palhaças começam a chegar, dentro da sala de arrumação. E sempre com aquele questionamento. “O que faremos hoje?"

Cada visita é única, e cheia de surpresas, sempre tagarelas, as Dras. Barrica e Kirina vão desbravando os corredores do hospital. Muito atentas e cuidadosas com o que está acontecendo já naquele espaço, que acabaram de chegar.

A observação e o olhar cuidadoso fazem toda a diferença para conseguir absorver o que está acontecendo, e fazer com que o protagonismo do riso seja entregue ao paciente, as equipes e as demais pessoas que se encontram pelo caminho. 

Perceber que as palhaças estão no ambiente hospitalar para que cada um se veja com mais leveza, é um dos objetivos dentro do plantão, seja apertando parafusos soltos, crochetando varizes ou entregando atestados para Maldivas, e quando as palhaças observam que alguém não quer contato, nem que visual, elas respeitam. Pois é nesse momento em que o protagonismo novamente dita o jogo a elas.

Uma das caraterísticas dessa dupla é o jogo de improviso, que é uma ferramenta que faz com que paciente seja colocado em foco, para que ele decida se quer apenas contar um história á elas ou entrar de cabeça em alguma "mirabolancia". 

Assim com esse processo e ferramentas as palhaças conseguem conhecer mais das pessoas que estão no seu redor, construindo laços e histórias.

Assim percebemos que a entrega direta ao jogo da palhaçaria não dá foco ao palhaço, e sim a quem está “recebendo” a visita. Entrega essa que quanto mais entregamos, recebemos.


Fotos Suzi Gobbi e Luciele Pompeo

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