Por Michelle Silveira

Estudamos sobre humanização na saúde, com foco na pediatria e nos cuidados com os idosos, focos do nosso trabalho nos hospitais. Além dos textos, assistimos vídeos relacionados ao assunto e pudemos fazer muitas ligações entre o trabalho que fazemos e os princípios da humanização hospitalar.
Destacamos:
• Que palhaços e palhaças inseridos no contexto do hospital podem contribuir nas relações entre os sujeitos que atuam dentro do hospital: a arte e palhaçaria nesse meio pode contribuir para ampliar a comunicação, a troca e a interação entre funções, equipes e pessoas. Essa interação e a qualidade dessas relações podem resultar em qualidade de vida para todos os atores nesse processo hospitalar;
• A importância de se estabelecer uma conexão verdadeira com a pessoa com a qual estamos interagindo (paciente), por meio do olhar atento, amoroso, generoso e de uma escuta qualificada, que pode usar todas as informações que a pessoa der para usar como motivo de jogo, colocando-a numa posição de poder;
• A capacidade de criarmos espaços lúdicos durante as interações dos palhaços e palhaças, para que crianças e adultos possam se expressar livremente, brincar, desenvolver sua criatividade, sua autonomia e assim ressignificar o processo de hospitalização;
• A importância de se destinar atenção especial a todas as pessoas da equipe hospitalar. Atenção é tempo de qualidade nas interações, pensar ações específicas para cada setor e promover momentos de interação, aprendizado e estudo, contribuindo com o seu trabalho e com sua qualidade de vida;
• Que por meio do jogo e da brincadeira com os palhaços e palhaças, os pacientes sentem-se mais seguros no ambiente do hospital, pode-se mediar a interação deles com esse local novo para muitos (especialmente quando estão chegando pela primeira vez no hospital), pode-se minimizar a ansiedade perante à espera de um exame, de uma visita médica e mesmo de um procedimento, diminui a saudade de casa e dos amigos, pois vê na interação com os palhaços e palhaças a possibilidade de alegria e de afeto. Além disso, coloca o paciente em posição ativa, quando escolhe a nossa presença, quando sugere um jogo, quando pede alguma música, quando provoca os palhaços a saírem de um “possível” roteiro;
• A importância de se entender que cada pessoa tem seus processos pessoais e tem a plena capacidade de ressignificar sua vida;
• Palhaços e palhaças que se apresentam como especialistas em medicina, permitem que as equipes possam brincar com a hierarquia existente dentro das instituições e no imaginário das pessoas, propondo espaços lúdicos para suavizar essas disparidades de relações e assumindo em suas figuras excêntricas, atrapalhadas, nonsenses e sérias, lembram a todos que nesse processo de cuidado com a saúde, todos somos seres humanos, com nossas falhas e habilidades;
• A necessidade de se contribuir por meio de ações práticas e mesmo de uma atenção especial no corredor, com a valorização dos profissionais que atuam nos hospitais;
• Que devemos construir relações saudáveis para além das paredes dos hospitais, sendo um grande desafio para a gestão de grupos, de equipes e das nossas próprias vidas;
Palhaços e palhaças tem uma visão diferenciada do mundo, isso é certo.
O diferente pode ser mais fácil, mais simples, mais complexo, mais esquisito, mais absurdo, mais engraçado e talvez mais criativo.
Palhaças e palhaços olham para um porta-soro, para uma bandeja, para uma cadeira de rodas, para um painel, para uma porta, para uma mesa, para um equipamento hospitalar com a habilidade única de ver além do objeto. Tal qual o olhar imaginativo de uma criança, palhaços conseguem subverter a lógica das coisas, e quando fazem isso, é como se permitissem a todos a “licença poética” de assim o fazerem. E isso pode ser libertador para quem está conseguindo ver só o soro, a agulha, o acesso, o sangue e a enfermidade.
A liberdade da imaginação pode fazer com que as pessoas vejam além dos objetos, além das relações instituídas, além da doença, além do medo e da incerteza. E se palhaças e palhaços conseguirem provocar isso em alguém durante suas interações, que maravilha será.
O estudo foi especialmente inspirador, seguimos, temos muito o que estudar, PENSAR, refletir e realizar.
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